segunda-feira, 13 de abril de 2015

JARDIM EDEN

Todos os planetas geológicos de ascensão mortal contam com dois centros de governo: uma Cidade Planetária que civiliza os seres humanos evolutivos e mais tarde um Jardim do Éden, cujos moradores (seres materiais descendentes) continuam o processo civilizacional e procedem à elevação biológica das raças de cor ao se miscigenarem com elas. Se Urântia houvesse seguido os padrões normais ainda teríamos hoje um governo espiritual dirigido pelo Príncipe Planetário residente e um governo material conduzido por Adão e Eva. Porém os planos divinos foram descumpridos pela traição de Caligástia e pela falha de nossos Filhos Materiais.  Apesar da decadência cultural e da pobreza espiritual decorrentes da secessão, por mais de 150 mil anos a evolução orgânica dos seres humanos continuou até que, há cerca de 40 mil anos, atingiu seu apogeu "de um ponto de vista puramente biológico". Os Portadores de Vida e os síndicos Melquisedeques solicitaram o envio de um Filho e uma Filha materiais. Depois de visita de inspeção feita por Tabamântia, Supervisor Soberano dos mundos experimentais, foi autorizada a vinda de Adão e Eva, selecionados pelos examinadores Melquisedeques e também aprovados pelos Altíssimos da Constelação dentre todos de sua ordem que se apresentaram como voluntários.  Ao saber que se aproximava o momento da chegada do casal, Van começou a anunciar sua vinda e a preparar um jardim para sua morada, 83 anos antes de chegarem. Ele e Amadon recrutaram mais de 3 mil trabalhadores entusiastas, dentre os amadonitas (descendentes do séqüito corpóreo fiel), andonitas e mesmo alguns noditas descendentes do séqüito infiel. Apesar de desprovidos de poder, Caligástia e Daligástia tentaram impedir aqueles trabalhos, sem êxito porque Van e Amadon foram incansavelmente apoiados pelos 10 mil Seres Intermediários leais.  O local escolhido para a construção foi uma península então existente nas ribeiras orientais do Mediterrâneo. Levou dois anos a transferência da sede da cultura mundial (inclusive a "Árvore da Vida"), antes situada às margens do Lago Van, no território da Armênia atual. O primeiro trabalho da grande equipe foi erigir com tijolos a muralha protetora de 43 quilômetros de extensão, com 12 portões de acesso ao Jardim do Éden. Este nome, a propósito, provém do fato de que a área residencial dos Filhos Materiais sempre enfatiza, em cada planeta geológico, uma beleza botânica semelhante à dos magníficos jardins de Edêntia, capital da Constelação de Norlatiadeque. Dentro da muralha se praticava a horticultura e a agricultura. No continente ficavam as terras dedicadas ao pastoreio e à pecuária que proporcionavam a carne para os trabalhadores: "no Jardim jamais se mataram animais".  "No centro da península do Éden estava o belo templo de pedra do Pai universal, o santuário sagrado do Jardim". Ao norte ficavam os prédios administrativos e ao sul as casas dos trabalhadores e suas famílias. A oeste foram mais tarde construídas as escolas. No "Leste do Éden" foram edificados os domicílios do Filho Material e seus descendentes imediatos. "Os planos arquitetônicos reservavam casas e terras suficientes para um milhão de seres humanos". Em cerca de 80 anos de formidável trabalho, Van e Amadon já haviam completado 25% dos planos, com milhares de quilômetros de canais de irrigação e drenagem, quase 20 mil quilômetros de passagens e caminhos pavimentados, mais de 5 mil construções de tijolos nos diversos setores e um número incontável de árvores e plantas. "Jamais, antes nem depois, abrigou Urântia uma exibição tão bela e completa de horticultura e agricultura".  A "Árvore da Vida" que havia prolongado a vida de Van, Amadon e seus associados por mais de 150 mil anos foi plantada no centro do templo do Pai, pois Adão e Eva também necessitariam de seus frutos e folhas como auxílio para a imortalidade física. Originária da capital da Constelação, ela cresce também nas capitais dos universos locais e superuniversos, bem como nos Mundos Perfeitos de Havona, mas não existe nas capitais dos sistemas planetários. "Esta superplanta armazena certas energias espaciais que servem de antídoto contra os elementos que produzem o envelhecimento na existência animal". Para os seres humanos evolutivos e para os rebeldes desligados dos circuitos vitais do sistema seu efeito era nulo. Quando Adão e Eva deixaram o Jardim não lhes foi permitido levar mudas da árvore, pois estavam rebaixados à condição de humanos mortais.  O Jardim do Éden foi ocupado por noditas e outros grupos étnicos durante mais de 4 mil anos, até ser coberto pelas águas do Mediterrâneo, que avançaram progressivamente por centenas de anos, em processo exclusivamente natural. 

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