quinta-feira, 22 de janeiro de 2015

Regra quebrada: código genético não é imutávelInvestigadores da UA alteraram pela primeira vez linguagem  que traduz informação genética de um ser vivo 2013-06-20 Por Marlene Moura (texto) Equipa de Aveira altera código genético em laboratório Uma equipa de investigadores da Universidade de Aveiro (UA) quebrou uma das regras sagradas da biologia: o código genético não é imutável. Estes investigadores descobriram que o fungo patogénicoCandida albicans utiliza um código genético diferente do dos outros seres vivos e conseguiram compreender como é que este fungo o alterou e, agora, conseguiram realizar a primeira alteração artificial em laboratório. A investigação dos doutorandos Ana Rita Bezerra e João Simões, sob coordenação de Manuel Santos, professor do Departamento de Biologia da UA e investigador do Centro de Estudos do Ambiente e do Mar (CESAM), decorreu ao longo dos últimos quatro anos e foi agora publicada na «Proceedings of the National Academy of Sciences» (PNAS). “Sabia-se que alguns seres vivos alteraram naturalmente o seu código genético naturalmente, mas continuava a pensar-se que em laboratório seria impossível e que o mecanismo mataria as células manipuladas”, refere, ao «Ciência Hoje», Manuel Santos acrescentando que em 2009, quando conseguiram perceberam a estratégia do fungo, procederam da mesma maneira e a experiência foi bem-sucedida. “Em laboratório é possível introduzir alterações artificiais ao código genético da mesma forma que a natureza o fez”, afirma ainda. O C. Albicans é o quarto microrganismo patogénico mais importante, causando inúmeras infecções e hospitalizações, em particular em indivíduos imunodeprimidos, sendo o tratamento das infecções disseminadas muito problemático e conseguiu alterar as regras do código genético naturalmente. “O sistema imunitário não reconhece estes fungos alterados da mesma maneira”, mas tornaram-se tolerantes a antibióticos e antifúngicos”, refere o investigador sublinhando ainda que o processo acelera a sua resistência”. Segundo Manuel Santos, esta descoberta demonstra que “o código genético é importante para a resistência a fármacos e dá uma oportunidade de explorar o novo mecanismo dando novas pistas para poder criar novos alvos terapêuticos”. O código genético define as regras químicas que os seres vivos utilizam na tradução da informação dos seus genes em proteínas e é altamente conservado em todas as moléculas que o implementam durante o processo de biossíntese proteica são das mais antigas que se conhecem.

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